domingo, 21 de março de 2010



NOITE


Visto-me de escuridão para que brilhem minhas estrelas.


À noite, mãe de quem sonha deita bilhões de corpos

enquanto almas flutuam como balões boreais na negritude do cosmos...

Escondo-me nas brumas da alvorada num espectro flamenco.

Onde meus pés ritmados dançam em batuques para segurar o tempo...

O orvalho veluda de espelhos d’agua minha dama da noite.

E com a crista armada à harpia pousa na minha janela

enfeitiçando meu olhar para a melancolia da lua.

Noite eterna! Onde tudo que é invisível se apresenta,

em uivos selvagens, perfumes adocicados e amores proibidos.

E tudo que está exposto se calma, no silêncio eólico e no cricricri dos grilos...

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