quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Patagônia


Cores explodem na floresta morta... Secura em flor. Fogo e gelo margeados. A vida, imperativo do ser nasce com uma sombra solitária em meio ao mar, sobre as montanhas, de baixo dos olhos. Invisível aos corações petrificados pelos vulcões adormecidos. Um sono mudo paira no ar. O vento canta por todas as vozes embargadas. As águas dançam por todos os corpos desequilibrados pela falta de ternura. Enquanto um único homem sofrer violência o mundo estará em perigo. E o mundo é uma gota azul pairando no sonho do criador. Eu sou um menino correndo na praia de braços abertos certo de que posso voar. Eu sou um passarinho pequeno certo de que posso pousar em qualquer parte da Terra, porque Ela, mãe de tudo que é natural não enxerga nem países nem linhas que separam os seres em catas e crenças.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009



Uma ascendência árabe em plena Bahia. Trancoso com linhas brancas cortando em delicadas curvas o azul imperecível....

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009


Crio poções alquímicas com minhas mãos apaixonadas a triturar cantigas de amor. Misturo perfumes e orações enquanto preparo feitiços antigos que invadem almas delicadas, comovem desertos interiores e mudam destinos embrutecidos...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009



O perfume dos seios é doce de jabuticaba madura. Entregue-se de olhos fechado e coração escancarado. Sorva a beleza explícita em cada detalhe calado. Este é o milagre mais lindo que a vida oferece. O gosto da chuva numa manhã de silêncio, o beijo com toque de flor, a naturalidade da natureza, o amor por princípio.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009



Uma vez a cada mil anos o dragão Tsé revela sua face cômica. Tudo que é feroz guarda dentro de si uma poesia escondida, e atrás dos olhos de fogo um lago profundo onde estão protegidos todos os mistérios da vida

Vendo esta foto meu sobrinho de 2 anos
me perguntou se eram os peixes que comiam os homens. Fiquei em silêncio...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Namoradeira

De tanto esperar o amor passar em frente à janela a vida sem parar passou

Neste instante estão nascendo milhões de estrelas dentro de mim e esta é uma porção pequenina do que eu sou. O infinito e suas partes, partes que se beijam enlouquecidas pelas ruas, que se amam e se descobrem... Sou cada boca encontrando novas cadências e passos em direções contrárias. Tudo é palavra, nada pode ser dito: uma flor lavada pela chuva, uma gota pousada nas mãos de uma menina nua. O que há dentro, do que há dentro, do que há dentro? Sinfonias caladas, pássaros cantando. Sou o oposto do que eu sou invertido num espelho no teto e no chão e eu não sei atravessar a película fina destas dimensões que põem tudo de cabeça para baixo e faz ser este o estado natural das coisas

A dureza das pedras dissolve-se como nuvens de verão
diante o imaginário. Tudo é pintura quando se está
desatento de si e entregue ao inesperado


Liberte o que há dentro do peito. Labirintos, brumas, monstros e anjos. Então... virão serpentinas e cometas caídos do céu, virão aromas de panelas de ferro, de almas de pedras preciosas. E neste instante brilhará ainda mais o olhar caipira perdido no tempo, olhar que reluz o ouro da inteireza mineira.

Patagônia


Cores explodem na floresta morta... Secura em flor. Fogo e gelo margeados. A vida, imperativo do ser nasce com uma sombra solitária em meio ao mar, sobre as montanhas, de baixo dos olhos. Invisível aos corações petrificados pelos vulcões adormecidos. Um sono mudo paira no ar. O vento canta por todas as vozes embargadas. As águas dançam por todos os corpos desequilibrados pela falta de ternura. Enquanto um único homem sofrer violência o mundo estará em perigo. E o mundo é uma gota azul pairando no sonho do criador. Eu sou um menino correndo na praia de braços abertos certo de que posso voar. Eu sou um passarinho pequeno certo de que posso pousar em qualquer parte da Terra, porque Ela, mãe de tudo que é natural não enxerga nem países nem linhas que separam os seres em catas e crenças.

Leques


Liberdade. São Paulo. Um cheiro agridoce dança no ar. Aroma de tempos remotos, de outros portos, de outras artes. Os leques, armas de sedução, cortam mais que navalha afiada. Musa coreógrafa das mãos.
Tela branca me apavora. Tudo é possível quando se parte do nada. O infinito é quase limitante. O que dizer deste tanto? È lá que se está. É lá que raramente se vê. É preciso driblar a verdade. Não ponho ponto final nas palavras. O sentido de ser está nascendo a todo o momento.Você pode ouvir as asas das borboletas moverem o ar?

Crio poções alquímicas com minhas mãos apaixonadas a triturar cantigas de amor. Misturo perfumes e orações enquanto preparo feitiços antigos que invadem almas delicadas, comovem desertos interiores e mudam destinos embrutecidos...

Ibirapuera

Não havia paixão no ar, tudo era limpo, sem sombra, tudo certo, pra direita, tudo organizado. Era uma paz pálida, uma rosa sem perfume, um cristal posto. Tudo era acordo em meio a um quase sono, quase perfeito.

sábado, 17 de janeiro de 2009

SAUDADE

A saudade é linda como uma flor desenhada com sangue sobre o mármore branco. É a falta de algo tão presente que não poderia estar tão longe. Pureza de tecido negro de seda, integridade no peito, aperto, esperança misturada com ausência e medo. É olhar o horizonte e não ver nenhum barco chegando. Confrontar o tempo com a face nua, roer os segundos eternos, aviva-los a cada passo a deriva.

A saudade enfrenta o orgulho e fere o coração. Involuntariamente faz abstêm-se de si pelo outro que não está, que é, mas não está, que é tanto, mas não está.

A saudade sensibiliza corações petrificados ao sentir a dúvida do não regresso. Fel concentrado. Mão direita e esquerda a cumprimentar-se sendo as mãos imaginadas.
Não ter um mapa e mesmo assim seguir em frente na escuridão. Ouvir folhas secas estalarem sem saber se são folhas ou monstros da noite.

Missões

Barroco Guarani... Mãos douradas acostumadas a benzer-se de sol talham faces desconhecidas, de uma gente sem rosto, de um Deus invisível.


Um sono mudo paira no ar. O vento canta por todas as vozes embargadas. As águas dançam por todos os corpos desequilibrados pela falta de ternura. Enquanto um único homem sofrer violência o mundo estará em perigo. E o mundo é uma gota azul pairando no sonho do criador. Eu sou um menino correndo na praia de braços abertos certo de que posso voar. Eu sou um passarinho pequeno certo de que posso pousar em qualquer parte da Terra, porque Ela, mãe de tudo que é natural não enxerga nem países nem linhas que separam os seres em catas e crenças.

Flecha

Amar é doar, não é dor nem ar. É alimentar alguém. Assim como faz uma mãe, como as crianças alimentam os animais. Disso vem um prazer natural, sem encontros, nem procuras. Um sentir tão delicado se espalha como cheiro de chuva. Todos sentem quando isso acontece. Uma elevação sem esforço, uma ação sem atrito. Deixa a flecha voar... E depois que ela se for, não vá com ela, lance outra fecha. Feche os olhos e sinta o ar sendo cortado, sendo invisível...

Florzinha da praça

Do âmago do invisível surgem todas as graças.
Um cordão invisível liga o vazio do infinito à florzinha da praça. A simplicidade requer audácia para descartar o restante do mundo. Escolher é dizer não.

Minha guitarra arranha desafinada. Assimetria poética tornando-se primor. Um leve toque pode mudar a alma de tudo. O tempo e o vento desenham figuras quase calados, quase inexistentes, quase todas as possibilidades. Gosto da beleza talhada pelo olhar, de se ter que olhar de novo, mais uma vez e então enxergar o que reluz de nós em todas as coisas