sábado, 28 de fevereiro de 2009

Just


Devoto das cores. É eu sou. Amarelo-carambola, laranja-pitanga, azul-atma, marrom-maternal, terra, chão.

O verde é arte, pureza lavada, natureza pelada.

Verde é esmeralda tomando sol na janela.

- Olhar uma pessoa nua é tão bom, árvore na chuva.

- Uma gota calada, galhos longos, araucária.

O gosto de tudo é quase inacreditável.

Mulher vestida diante a lagoa, vestido de cor, vestido de folhas.
Ela dança... Há uma fogueira por perto. Descalça, a menina pisa no chão de terra mostarda, marrom. Seus pés acolhem a poça d’água com as palmas nuas e a imagem que refletia a gata de olhos carmim fica turva

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sandra

Nome de origem grega Sandra quer dizer
“defensora da humanidade”


Poesia

Um sopro perfumado invade as almas daqueles que desistiram de sonhar. Sonhar com cachoeiras que nascem da terra, com nascentes esmeraldas que descem como um fio de prata do céu.

-Menina de olhos de caramelo, de alma de pedras preciosas. Alguém que guardou entre um sorriso e uma lágrima uma criança que não se cansa de renovar seu batismo diante os “adultos” que vendem sua seriedade por conta da sua saúde.

O vai e vem do mar, o vai e vem do ser e estar. Tem um propósito singelo para o seu bem querer. Beijar seus pés na maré alta com espuma branca, com a ternura clara.

Seu vôo é de passarinho exibido entre o azul e o mar, sob o sol e o vento entrelaçado entre o espaço e o tempo. Sandra, seu humor é uma pitada temperada nos sabores do mundo. Mundo que você prefere voar em silêncio como um pardal ligeiro tendo uma águia escondida no mais recôndito labirinto do seu coração
.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


JALAPÃO



Corpo e alma, mundos distintos que se esbarram.
Dunas e riachos vivendo margeados.
Tudo que é interior reflete-se como espelho d'agua.
Mistura-se, confunde-se.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Femíneo


Mulher é água.
Segue em direções maiores. Protege ás pérola, abre portais que divinizam o verso.
A mais alta beleza mergulhada em si mesma. Opulência da forma, impermanência.
Meninas dançam com saias de luz... Afinam o ciclo da lua, fazem chover na horta do mundo. Mistura de um ritual sem registros. Cúmplices de um tempo sem tempo, sem tratados. Oralidade criadora e aniquilamento.
Chuva.
Mãos erguidas ao céu. Irmãs da alquimia primeva. Inocência, descoberta.
Transformação das substâncias.
Água infinita.
Água profunda. Seu interior é incognoscível.
Sua cria é bruma que se desfaz no vento.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Textura


A textura das cores tem cheiro de mato molhado. O gosto das flores tem som grave e agudo.

Uma gota vermelha explode sobre o mar branco de leite. A luz atravessa a transparência do jarro vazio. Orquídeas violetas encantam um canto do mundo.

Meninas com saias curtas desfilam na passarela da inocência. Nada é mais lindo que uma mulher nua de saia. Os braços se abrem e derramam um pouco de azul entre as pernas. Pernas abertas, almas abertas, serenidade misturada com furor.

“O perfume dos seios é doce de jabuticaba madura”, como já dizia o mestre Pagotto. Entregue-se de olhos fechado e coração escancarado. Sorva a beleza explícita em cada detalhe calado. Este é o milagre mais lindo que a vida oferece. O gosto da chuva numa manhã de silêncio, o beijo com toque de flor, a naturalidade da natureza, o amor por princípio.


Fernando Esselin

Homenagem a Netuno

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Homenagem a minha avó materna


Maria de Lourdes

Viver não é apenas respirar. É ser um leão quando é preciso ser forte, um beija-flor quando se quer estar leve e ter cumplicidade com a natureza das cores. É olhar o invisível com o olhar que só as Marias têm e saber que através da oração se manifestará todos os visíveis. “Senhor que eu procure mais amar que ser amada”. Frase dita tantas vezes em pensamento, em silêncio, em sussurros religiosos, em preces.

Estar vivo não é difícil, muito homens atrozes viveram até a última gota das suas energias. Mas estar vivo – do dicionário: “Que vive; que tem vida; animado, ativo, forte, intenso, penetrante, fervoroso, persistente, ardente”. Bom... Ai, são para as almas Marianas.

Viver é enfrentar a rudeza inerente a vida e mesmo assim não se embrutecer. É ter as mãos como instrumento que vira as páginas dos dias sem se esquecer que ela, a vida, é a chama que faz com que todas as mães tenham gravadas no coração o M maiúsculo de Maria.


Homenagem a minha Avó Maria de Lurdes, um exemplo do que é saber viver e não apenas estar vivo...


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Homenagem a Monnet

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


Serra da Canastra

Natura

Nós somos natureza, a natureza, naturais. Deveríamos ser! Cabelos, pele, flores, folhas e mãos. Somos o vento e a música do vento. Um vulcão gritando em vermelho e uma pétala suspensa no ar. Somos um beija-flor e um gavião. Uma pergunta e muitas respostas dissolvidas entre as brumas infinitas do coração. Somos a moldura crua contendo a imagem do feminino dançando bolero dentro e fora de nós.