sexta-feira, 27 de novembro de 2009



A ponta aguda da flecha reluz em prata.
Destino exato! Mãos desenhadas para o preciso.
O vento deveras perfumado brisa ao ser cortado
em sua invisibilidade. A folha cai com o movimento
e flutua como pluma até o chão molhado. O arco faz
papel de harpa na solidão. Lança-se a seta e faz-se
à música minimalista do clérigo. Nota que mareja
seus olhos de águia no alvo infindo dentro de si.
O dia termina no recomeço da noite. No ciclo
de luz e estrelas que faz a tradiçãode quem vive
à procura de si mesmo!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009


A chuva fina cai lá fora e aqui dentro do meu alfobre interior.

O vidro que separa estes dois mundos monocromáticos é

meu ser ainda prometido a ver a face do amor.

A roupa branca no varal dança, sem alma, com o vento.

Brinquedos jogados e silêncio, sem calma. Paz sem violino...

A luz pálida atravessa o jarro de água na janela.

Nunca.Uma flor pousou nesta cena do meu quarto.

Lá fora o mundo não me abraça, não me fala, não me vê!

Coloco o vinil na vitrola, na mesma música, na mesma

altura. Sempre a lembrar de você.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009


Meu coração não sabe cantar em naipes. Quem sabe talvez tocar um tambor abafado e vermelho!?Mas ele fala em bom tom pelo meu olhar diamantino. Frente à beleza, choro! Seco pálido diante o terror.Quero ser simples, mas ainda não sou. Faltam lapidar camadas de hipocrisias, orgulho e desamor. Existem amarras que não me deixam dizer sem gargalo o que digo sem tentar agradar, sem buscar convencer.Sem a poesia da vida eu poderia morrer. Mais cedo, mais tarde, amar só uma vez. A poesia é a verdadepor trás das cachoeiras geladas e dos dias nublados. A verdade me comove me despe, me expõe ao amor.