segunda-feira, 11 de outubro de 2010







Não uso mapas para me guiar.

Gosto do efeito de estar perdido.
Assim, neste grau, milagres
delicados acontecem
pelo caminho incerto.


Tudo é novidade, tudo
é outra coisa a toda hora.
Estico, pois, a alma,
para que o mundo caiba em
mim, mas sempre me
escapa o mundo.

Protejo o silêncio do
pensar ruído nesta senda.
Então, eu sigo em mim uma jornada,
uma caça pelo espelho transparente.
Uma libação interior pela luz.

Meu caminhar é impreciso.
Faço, pois uma prece.
Deixo meus olhos sempre
dissolvidos nos símbolos
verem mensagens secretas
em folhas caídas, em insetos
multicoloridos nas flores.


E em cada um destes mundos
pequenos, enxergo um desejo
de criação. Um clamor pela vida,
uma ponte entre a cor e a
essência de tudo.

Não existe amor sem corpo,
dor sem alma e nem

poesia sem extremos.