quarta-feira, 22 de abril de 2009





Estou cá fora contemplando o céu praguejado.A vastidão a reverberar em tom grave no meu peito. É música, perfume e saudade. Saudade de um mistério que eu intuo existir, além de mim, além da escuridão do espaço. Estou cá dentro voando, correndo, nadando dentro da minha alma. O que sempre fui é a maior e a mais incrível das novidades. Eu mesmo. Na figura pura, em essência, sem véus, sem tramas, sem trapaças dos olhos desejosos de miragens, de perfeições travestidas. Estou cá ao lado. Seguindo meus passos como sendo de um outro alguém, um passante andando depressa, falando sozinho, gesticulando para uma ente imaginado. Brincando de reparar nos meus gestos, nas minhas formas.Estou cá em cima. Flutuando a cidade onde tudo parece pequeno.As luzes, os carros, agora, são quase um enxame. A altura me deixa encantado com a perspectiva do alto. Basta mudar o olhar e tudo se torna moço.

sábado, 11 de abril de 2009





Entreguem-se de mãos dadas e olhos fechados.
A boca seca, a palavra muda. Não se masturbem em dupla como se estivessem fazendo amor.
Sinta-a como dela o prazer.
Amor é o que você oferece e não o que você espera receber. Quem sente o que é o amor?
O amor, essa deidade invisível é só o que existe, o resto são dores travestidas de prazeres fugazes, são migalhas de pombos, são fogos de artifício.
Um segundo, uma explosão de cores e tudo se apaga. Sinta a delicadeza do feminino na sua sensualidade mais pura, sua pele macia, suas coxas nuas.
Os homens querem ser acolhidos, assim acaba a solidão do corpo e começa a vastidão do encontro