sábado, 7 de março de 2009


Casa sem teto.

Uma agulha fina liga minha íris a uma estrela no céu praguejado.

O negro sideral, posto dos astros acomoda todos os entes.

Deitado na cama posso alcançar os rastros cadentes.

Voltado pra dentro dissolvo as distorções de foco.

O olhar é a mãe de toda beleza, de toda feiúra.

Conceitos antropológicos.

O universo, ou versos, só existem em outra dimensão.

O que vejo é criação dos olhos.

Por isso estamos sozinhos, jamais veremos o mesmo.

terça-feira, 3 de março de 2009


Sonhador

"Entre uma propaganda e outra"


Viro-me do avesso para ser poético, mas ás vezes apenas escrever me basta. A beleza me escapa nestes dias nublados. Fere-me ver as feridas das ruas. Encosto para descansar antes de entrar em casa. Tenho bebido demais, sonhado demais, tido vontade de morrer. A cidade me atravessa com palavras voadoras, ai, eu emudeço. Calo-me por dentro, até lá parece haver propagandas para me seduzir com coisas “minhas”.