domingo, 6 de setembro de 2009


copo americano



Dia frio. Um vento gélido anda em passos lentos pelo corredor. Acordei com o mundo me enfrentando, me jogando granizo denso no rosto. Lançando lembranças minhas, sujas, invadindo minhas tramas sem mandado.

Grosseiramente esta manhã, que não é minha, que é do mundo está me expondo a mim mesmo. Mas sou eu quem decide quando quero pensar nos meus pesares. Não venha a minha casa, a minha alma me lembrar o que eu não sou.

Mundo maldito, malfeito, mau! Meus olhos se lançaram pra fora da janela de bordas castanhas. O mar estava negro, bravo, vingativo. A areia branca estava cinza e úmida. A chuva fina perecia eterna.

Bastou um dia revés e o sol se tornou só uma lembrança remota. Sem controle! Quem abriu as portas da minha vida? Peguei minha espada ritualística e desafiei este ser invisível que parecia gostar de me ver desesperado. Havia um prazer corpulento no ar desta alma gigante que me atravessou o peito me deixando transparente.

Eu não queria me ver. - Cobre-me! Empresta-me um lençol para tapar a nudez da minha alma. Preciso de mais tempo para me despir de tudo. Deste outro eu funcional que tomou a frente da minha máscara principal. Não estou pronto para ser do meu tamanho. Acostumei-me a ter a forma da fechadura da porta do meu quarto, das minhas desculpas, do meu medo de vencer uma imagem derrotada já descascada pela verdade agora irrefutavelmente desvelada...

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