sábado, 5 de setembro de 2009


Amor anarquista

O amor não é um jogo. É um desnudar-se de intenções. Ficar em pêlo, fragilizar-se na incerteza que é o outro.

Despedace suas regras vãs com as mãos ungidas de perfume. Lacere a poesia que escreveu, em pedacinhos de papel, e tome cada um deles como comprimido pra te lembrar da loucura das fiúzas.

É preciso enlouquecer para amar. Os santos falam com passarinhos, os amantes jejuam sem precisar acreditar em Deus. Atiram suas roupas pela janela, trocam riquezas por pétalas caídas no chão.

Não ha presente mais lindo que o mistério, a possibilidade de tudo e de nada. Das mãos calejadas penando suas redes ao mar sempre incerto. Enigma este que é o fascínio dos entes das águas. Assim, como o verdadeiro poeta serra os olhos e lança uma flecha mirando a estrada infinda da utopia.