terça-feira, 7 de julho de 2009


Sou viciado em tudo! Mudar os canais da teve, abrir a geladeira mil vezes só pra ver o que nela não há. Falar mal de alguém e baforar retóricas mórbidas. Comer demais, beber e sonhar a mais. Torpe de mim. Assim me sinto, assim deixo de me sentir, dobrado pelos meus desejos. Dependo das minhas tragédias pessoais. Sete por semana em média. Preciso da dor, porque não sei amar! Sou viciado em coca, em sal, em lágrimas fáceis, em sorrisos constrangidos. Sou amoral como um deus grego, sendo apenas a caricatura de um homem comum. Um desenho numa cartolina que ficou na infância. Preciso dos seios das mulheres, do abraço das crianças, da beleza da manhã, da infinitude do espaço. Olhar uma borboleta azul e acreditar que recebi algum sinal divino. Preciso acreditar na transcendência. Porque não sei viver a realidade pura. Pureza? Realidade? Não sei o que é isso. Então, me entorpeço de boa música, me mato, me dopo, me entrego de corpo e alma ao vazio.

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