quarta-feira, 22 de abril de 2009





Estou cá fora contemplando o céu praguejado.A vastidão a reverberar em tom grave no meu peito. É música, perfume e saudade. Saudade de um mistério que eu intuo existir, além de mim, além da escuridão do espaço. Estou cá dentro voando, correndo, nadando dentro da minha alma. O que sempre fui é a maior e a mais incrível das novidades. Eu mesmo. Na figura pura, em essência, sem véus, sem tramas, sem trapaças dos olhos desejosos de miragens, de perfeições travestidas. Estou cá ao lado. Seguindo meus passos como sendo de um outro alguém, um passante andando depressa, falando sozinho, gesticulando para uma ente imaginado. Brincando de reparar nos meus gestos, nas minhas formas.Estou cá em cima. Flutuando a cidade onde tudo parece pequeno.As luzes, os carros, agora, são quase um enxame. A altura me deixa encantado com a perspectiva do alto. Basta mudar o olhar e tudo se torna moço.

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