sexta-feira, 11 de novembro de 2011







Fui lançado em mar aberto onde não há
ilhas nem portos. As águas, bailarinas do
vento, estão a me levar para o oriente,
onde o sol nasce dentro dos homens e
ascende seus olhos negros.

Vejo tudo por um filtro aqui de dentro, as
deformidades, a simetria, as curvas, as
tramas. Tudo a mover-se, a dançar como
nuvens nas altitudes abissais do azul
estratosférico.

Ritmos e palmas, silêncios e toques
levitam sobre a minha calma.

É a vida em toda sua natureza inacessível
sendo desnudada de uma vez só, num lance,
numa tacada de mestre, num sorriso
indefensável de criança.

Um barquinho desponta no horizonte
numa linha tênue. É o fim da saudade é a
possibilidade de tudo mais uma vez
navegando ao meu encontro.

Um comentário:

Natalia Tatari disse...

Perfeito , sublime e simples .