segunda-feira, 7 de novembro de 2011







É pena levantar da cama quando a alma está amordaçada 
por fios invisíveis. 


Dentro de nós lá no canto esquerdo da nossa capela 
interior há uma vela acesa que doura as paredes


e o teto de sombras 


a cada pequeno movimento das mãos 
resignadas a religião. 


Deus é perfumaria com hálito de incenso 
e água de boticário. 


Mas saiba, dói perceber que a realidade sobre 
a qual deitamos nossos joelhos é uma ilusã
da infância do espírito. 


A mente a quem nos damos conta de eu é 
uma mira e não um ser. 


Este ser o qual nós realmente somos paira 
além do pensamento e da linguagem cognoscível. 


Falar é mentir, pois a verdade está fora do alcance 
das palavras. 


O que há por trás do que existe, como a combinação 
harmônica das cores de um passarinho é a realidade. 


O passarinho e as cores não são. 


Não precisamos de cultos, pois cada ser é uma chama 
do altar da natureza. 


A capa não é o corpo, nem o corpo a alma 
e nem a alma o homem. O homem 
é uma pergunta.

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