Você dorme como
um lago negro
cercado de
vaga-lumes.
No vidro da janela
a chuva fina
te desenha
num rosto de
gotas abertas.
A chuva dissolve
o suspiro do seu
hálito
doce
que aquece nossa
cama
e o mundo.
La fora a cinza poesia concreta
dança
sob o vento gélido.
E aqui dentro de nós
e do teu sono,
essências
vermelhas
saturam bilhões de micro
sóis
como
uma malha de cavaleiro andante,
que por mais de mil
instantes
sonha
enquanto a espada descansa os
braços,
que suaviza a alma,
que protege
o amor.
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